sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Homem negro afirma que foi agredido e humilhado em Osasco...

...Ele esperava a família que fazia compras em um supermercado.
As dores diminuíram, mas nesta quarta-feira (19) o segurança e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana recebeu uma má noticia do dentista: as agressões afetaram o maxilar. Ele conta que foi espancado por seguranças do supermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo, ao ser confundido com um assaltante. Segundo ele, os agentes acharam que Santana queria roubar uma moto e o próprio carro onde estava.
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A polícia de São Paulo abriu inquérito para investigar o caso. E a direção do supermercado afastou da função o segurança responsável pela agressão, que é funcionário de uma empresa terceirizada.
O caso ocorreu no dia 7 deste mês. Santana estava dentro de sua EcoSport no estacionamento do mercado porque a filha dormia no banco de trás. Enquanto isso, a mulher fazia compras. Segundo ele, um homem armado se aproximou. Era um segurança do Carrefour, mas a vítima afirma que ele não estava de uniforme e não se identificou. Os dois lutaram e outros seguranças apareceram. Santana foi levado para uma sala e espancado.

Ele disse que eu estava roubando carro e me bateu. "Pelo amor de Deus, o carro é meu", teria dito o homem, enquanto era agredido. "Ele não queria saber não", relatou a vítima. Ele disse que as agressões só pararam com a chegada de um policial militar, mas, mesmo assim, continuou a ser humilhado.

"Você tem cara de quem tem passagem (pela polícia). No mínimo, umas 3 passagens. Tua cara não nega , negão", afirmou Santana, reproduzindo o que teria dito um dos homens. A Polícia Militar disse, em nota, que não compactua com nenhum tipo de discriminação e que instaurou um procedimento para averiguar o fato.

Também em nota, o grupo Carrefour diz que repudia qualquer forma de agressão ou desrespeito. E que vai colaborar com a polícia, além de esperar que os responsáveis sejam "rigorosamente punidos".

Santana disse que foi vítima de racismo e pretende entrar na Justiça. A mulher dele tem outra preocupação: o futuro dos filhos. "Pode acontecer com eles também porque eles são negros. E isso me dói. Acho que o negro não pode viver, não pode ter os seus bens conquistados e me deixa muito ferida", contou Maria dos Remédios, chorando.
Cliente negro diz que foi confundido com ladrão e agredido em hipermercado
Polícia registrou ocorrência dia 7, em Osasco, na Grande SP.
Direção do hipermercado diz que acompanha investigação.
O segurança e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, foi agredido por seguranças do supermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi confundido com ladrões e considerado suspeito de roubar seu próprio carro. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial da cidade.
Nos próximos dias, seu advogado, Dojival Vieira, vai ajuizar uma ação de indenização por danos morais contra o supermercado e o Estado. "Esse caso é emblemático e precisa ser punido com vigor para que outras situações de discriminação racial não venham a ocorrer." Santana é negro. O Carrefour afirmou que acompanha a investigação policial.
Segundo o cliente, enquanto a família fazia compras, na noite do dia 7, ele esperava no carro com a filha de 2 anos. O alarme de uma moto disparou e ele viu dois homens correndo. O dono da moto chegou em seguida. Santana desceu do carro e achou que os bandidos tinham voltado. Um desses homens sacou uma arma e Santana correu. No chão, chegaram a lutar até que um terceiro homem, que se identificou como segurança da loja, retirou a arma e pisou na cabeça de Santana. Segundo ele, cinco homens, que não vestiam uniformes, o levaram até um quartinho onde o espancaram.

"Eles falaram que eu ia roubar o EcoSport e a moto. Quando disse que o carro era meu, batiam mais." Quando três policiais militares chegaram ao local, Santana explicou que seus documentos estavam no carro. "Eles riam e diziam: 'Sua cara não nega. Você deve ter pelo menos três passagens pela polícia'." De tanto insistir, foram até o automóvel, onde sua família o esperava. Após conferir a documentação, os policiais foram embora. "Já passei outros constrangimentos com esse carro. Acho que vou vender", diz ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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